fevereiro 21, 2011

Introspecta ®

Tudo tem um começo
E se pulei o meio
Sim, admito que errei
Tudo tem fim
E se optei em ir direto à ele
Então, sim, errei de novo


O início do meu fim expurga tudo em mim
Rouba as possibilidades, probabilidades
Restando a esperança


Aqui que me encontro
Agarrada a este fio
Expondo minha fragilidade
Na nudez da minha dependência juvenil que,
Apesar do tempo que carrega,
Nega-se a ser senil


Por que tanto medo ? Receio ?

Tudo é de todos
E todos sou eu também !


Tão introspecta que, há muito,
Me perdi de mim mesma e do mundo.


O fio está amarrado ao meio
O inevitável meio
A inclusão do meio
O meio de se incluir


O reboleio deste círculo - ciclo
De opções infinitas
Que deixo escapar


E o tempo me esmaga,
Atropela e ultrapassa


Me sentenciei o tormento
Restando o gelado e escuro isolamento
Não sei quem vejo no espelho
E o sangue já não é mais tão vermelho


Tenho comigo a certeza das lágrimas guardadas
Aguardando o degelo do peito, do sentimento,
Do sofrimento que paira e não se lembra como voltar de onde veio
Pois aprendeu, agora,
A velar meu lamento


Daí mudam-se cores , feições , lembranças , manias
Ficamos irreconhecíveis a nós mesmos
Onde nos perdemos ?
Usaram tanto concreto que endureceu o sentimento


Parece uma coisa cuspida
Em meio a palavras lançadas sem nexo


Como se fossem cristais simplesmente jogados , desmantelados ,
Numa prateleira
'Inda têm seu encanto
Mas alguém pode ver ?