dezembro 29, 2011

Devaneios de Algodão ®



Ele pincela os ingredientes no prato
Sussurra sabores, os dispõem
Daí, veste o desprezo, a ironia e o desejo


Desejo ?


Despejo, derramo meu peito no intuito de não mais seguir seus devaneios
Egoísta me trai, distrai do objetivo com superfluos/nulos suspiros.


Grito


Desperta ! Ei desperta !


Pára de andar em nuvens imaginando o chão.


Queda


Ele a derrubou no chão
Com olhos brilhantes apesar de pouco clarão
E completou um sorriso


Esquivo


Desperta ! Ei desperta !


Veja o quanto percorri, está atrasada!
Precisa continuar e encontrá-la


Encontre-se !


Mas sempre desiste
Num gesto suicida


Persista !


Ei desperta ! Desperta !
Libera essa menina
Ela pertence a outra era


Quimeras


Desistas não delas
Há aqui, acolá
Quem vá se concretizar
Mas voce


Vai estar lá ?

setembro 21, 2011

Aos novos visitantes e uma pequena nota .

Olá.

Gostaria de deixar um agradecimento aos novos seguidores. Fico feliz ao perceber que o que escrevo está chegando a mais pessoas e espero que possam ver assim como também vejo : uma tentativa de fazer poesia. ...
Sejam bem vindos ! = )

...

Nota :

Alguns vem informando que encontram dificuldade em fazer comentário aqui no blog ( eu também encontro a mesma dificuldade ... ) , não faço ideia do porque isso se da, mas a única forma que encontrei para conseguir publicar seu comentário é visualizá-lo antes de publicá-lo.
Hoje, tive de visualizar o meu duas vezes pois, só assim, eu tive a opção de publicação; por que é assim ? Não faço ideia, mas estou tentando descobrir ...

Comentários, críticas ( sejam construtivas ou não ), sugestões, análises e afins serão sempre muito bem vindos.

Obrigada,

Bia Freitas .

agosto 24, 2011

Determinação ®




Não é o fim
Só é se você quiser que seja
Não pense que está sozinho, por mais que pareça


Cresça!
Ninguém cresce por você
Ramos de árvore
Folhas descoradas
Galhos sem folhas
Raiz sedimentada


Se parecer não haver saída
Olhe para cima
Não igonore suas lágrimas
Não as impeça
Não permita que sequem, ressequem seu peito


Não antecipe o que se pode, até, evitar
Não determine o grau de ódio ou de amor
Eles oscilam


Não queira ser quem não é
Já é difícil ser você mesmo


Não desanime no degrau
Não desista no primeiro não
Insisita - até ouvir o contrário


A recompensa está com a porta aberta
Abra os olhos para ela
Passe, ultrapasse os obstáculos / tentáculos


Sorria para quem disser que é fraco
Fraqueza é julgar, subestimar
Deixe a coragem te guiar
Verá seu reflexo nela
E seu escabelo : covardia .

junho 30, 2011

Silêncio ®





Não ve nada na estrada mal iluminada
No caminho, folhas de árvores que estiveram floridas
Calafrio distinto de quem não sabe o que esperar
Ferida de rosa de espinho



Tentou ter alguém a seu lado
Mas seus passos são sempre tão ágeis e ásperos
Poucos conseguem acompanhar
Por isso seus passos são sempre ... seus passos



Reinventando bons momentos
Que de tão raros que são, se escondem
Com seu mapa de esperança
E a certeza de que estão lá



Retalhos de sorrisos,
Pessoas, sentimentos,
Paisagens, lugares, experiências,
Remendados com agulha e linha



Adornam a memória
Se acomodam na bagagem
Retorno - inevitável saudade
E tudo volta a ser um grande e ensurdecedor ...

maio 15, 2011

Relevâncias ®

No abstrato
Concreto / Contrato
Sem tato
Sem honra nem hora
Perdem-se, de fato


Olfato

Cheiro de cinzas e sangue
E ninguém que a reclame
Perdida, em órbita dentro de si


Coisas que parecem simples
Mas que significam tanto
Já não têm os mesmos olhares de outrora -


As pinceladas da aurora
A cor do vento
O som das estrelas
O riso da lua -


Tudo ali, sendo ignorado
Não há sol que doure o sorriso


Dores que lapidam sobriedade
Plantando nuvens e colhendo sonhos
Felicidade momentos de anseio
Mas que, tão raros, não se permitem estender


Na importância de um abraço
Na urgência do beijo
Resta apenas o esmagado peito
Ressecado e preso na solidão .

março 23, 2011

Lâminas de Sentimento ®

Escrever é processo doloroso
Como fatiar de si mesmo pedaços
Fragmentos unidos de maneira tal
Que os anime a ponto de quase respirarem


Resquícios feridos que encontram em olhos atraídos
O motivo do meio lúgubre -
Retalhado, mesmo, é o coração -


Unem-se sangrando
Dando formato a traços no branco dum papel
Lidos pelo senhor sentado no banco tirando seu chapéu
Sentidos pelos empáticos olhos pintados agora borrados de lágrimas


Mas a dor é necessária
Se não houver ali alma
Então escreves por nada


Escrever, descrever
Doloroso prazer solitário
Palavras que surgem como dores de parto
E nascem sem qualquer alarde


Diálogos vogais
Monólogos consonantais
Palavras que aguardam ser frases
Eternizam quem acreditam ter fim
Mas que, na verdade, pode alcançar longevidade


Não somos nós quem as escolhemos
São elas que nos escolhem
No seu momento, a seu tempo
Retirando com seus afiados gumes
Lâminas de sentimento


Não deve haver contra elas quaisquer argumentos
Somente e tão somente seus tipográficos
Substencial e cuidadosamente dispostos
Ganhando vida nas quilométricas linhas .

fevereiro 21, 2011

Introspecta ®

Tudo tem um começo
E se pulei o meio
Sim, admito que errei
Tudo tem fim
E se optei em ir direto à ele
Então, sim, errei de novo


O início do meu fim expurga tudo em mim
Rouba as possibilidades, probabilidades
Restando a esperança


Aqui que me encontro
Agarrada a este fio
Expondo minha fragilidade
Na nudez da minha dependência juvenil que,
Apesar do tempo que carrega,
Nega-se a ser senil


Por que tanto medo ? Receio ?

Tudo é de todos
E todos sou eu também !


Tão introspecta que, há muito,
Me perdi de mim mesma e do mundo.


O fio está amarrado ao meio
O inevitável meio
A inclusão do meio
O meio de se incluir


O reboleio deste círculo - ciclo
De opções infinitas
Que deixo escapar


E o tempo me esmaga,
Atropela e ultrapassa


Me sentenciei o tormento
Restando o gelado e escuro isolamento
Não sei quem vejo no espelho
E o sangue já não é mais tão vermelho


Tenho comigo a certeza das lágrimas guardadas
Aguardando o degelo do peito, do sentimento,
Do sofrimento que paira e não se lembra como voltar de onde veio
Pois aprendeu, agora,
A velar meu lamento


Daí mudam-se cores , feições , lembranças , manias
Ficamos irreconhecíveis a nós mesmos
Onde nos perdemos ?
Usaram tanto concreto que endureceu o sentimento


Parece uma coisa cuspida
Em meio a palavras lançadas sem nexo


Como se fossem cristais simplesmente jogados , desmantelados ,
Numa prateleira
'Inda têm seu encanto
Mas alguém pode ver ?

janeiro 28, 2011

Trevas e pesadelo ®

Tudo parece bem até surgir o estrondo
Pólvora
Tudo escurece
Era mesmo prá ser ?

O sangue macula o lugar
E espalha o cheiro de morte
A dor se torna angustiante


Coragem, para encarar a imensidão
Coragem, para obter a redenção


O que você quer ?
Continua  atrás das respostas
Mas tudo se perde cada vez mais
Tudo se embaralha

A escuridão que tinge o céu agora te atrapalha
Ela quer você
Susurra seu nome enquanto avança
Ela quer sua esperança


Na fuga o caminho se estreita
Nada a sua volta
E de súbito pára
Está na beira do abismo


Coragem, para encarar a imensidão
Coragem, para obter a redenção


Está encurralada
De frente pro abismo ela pula
Acorda ofegante
Foi só um pesadelo


Ainda é noite
Do lado de fora o cano de um revólver
Apontado para janela
O alvo é você .


Baque ®

Erros existem prá serem cometidos várias vezes - os mesmos erros :
De novo e de novo e de novo e de novo ... ... ... loucuras também .
Mas os acertos também estão lá, só que em lugares estratégicos .


A tempestade parece nunca passar mas, de repente, ela se vai;
Dando lugar ao majestoso sol que não saiu de lá
Às vezes são necessários longos dias de tempestades antes de

Encontrarmos um raio de sol ou o brilho da lua ...
Mas ambos sempre estarão lá.

Passamos, encharcados, diversas vezes pelo mesmo labirinto escorregadio
Até por fim encontrarmos a saída; então você olha para trás e vê que
Percorreu um longo e complicado caminho , cheio de obstáculos
Cheio de perigos, indecisões, impecilhos, até por fim encontrar a saída .
E fez tudo isso sozinho.

Sim, você é um vencedor !

E daí se voltar a cometer erros ?
Sim, os acertos parecem menores do que os erros, entretanto,

Quando os ' cometemos ' , compensam todos os calos, cicatrizes e marcas
Dos sofrimentos, e tudo passa a valer a pena !

Às vezes tudo se resolve num simples clique de um botão .

Incisão ®

Fusão, confusão, no saguão outrora assim denominado somente por causa da ocasião
Diz prá mim teu temor, qual o teor do amor que cedes relutantemente dum arrependimento presente que ausenta o doar

De lá prá cá e de cá prá lá ; o vai e vem é o das folhas que o vento balança com uivo, e sem ruivo rumo, as faz despencar
Falta de direção, perda de sentido, sem bússola, mapa, ou coisa que o valha
Sem senso, bom senso, imensa, solta, dispersa, perdida a vagar


Lágrimas com pitadas de sorrisos temperam o semblante indeciso aliviando o peso da alma ... Não ouço mais passos atrás de mim
Sigo sozinha um caminho que eu mesma tracei
Não sei onde termina mas continuarei caminhando ...
Tudo tão igual e diferente ao mesmo tempo
O lugar e as pessoas são os mesmos
Mas os sentimentos são infinitamente surpreendentes - Sutileza - 

Minha resposta é sempre um amargo, sincero, gélido e direto silêncio .

Demasiada solidão .... Miserável ... Ébria .... Viciosa ....
E, quando alguma " chance " de mudar , vai tudo pro alto
Perdem-se todas as probabilidades de voltar atrás em micropedaços que não se encaixam mais ...


Psicose, escoliose, neurose, quantas doses 'inda terei de tomar ?
Quantas lágrimas, sem terem tocado o chão, no rosto irão secar ?
Quantos anseios de abraços que me possam confortar ?
E o medo de me alargar, e a pressa que nunca me leva a nenhum lugar .
Dúvidas por desvendar, decisões a tomar, conflitos a superar com erros e medos a encarar ...
Quantas sessões de terapia vou precisar ?

Inspiração ®

A inspiração é boêmia
Vaga sozinha
Andarilha, que dispensa companhia
Mas sempre que chove sua/minha lágrima ela está lá


A inspiração é tímida
Quando aparece demora a voltar
E, quando volta, pouco fica
E não adianta pedir prá ficar .


Irrelevância ®

Subida de morro não morro mas quase chego lá
Não, não lá no alto, de salto não dá prá andar
Queria , de dia , que visse o que é pesar
Mas tens como fardos de chumbo lágrimas a rolar

Receios, canteiros que guardam palavras no ar
Rosas que aguardam colheita prá presentear
Mãos que as esperam embaladas mas que nunca as irão tocar

Sorrisos que escorrem de favos, afagos, abraços
Do tão perto/longe sentido , insensato, oprimido
Medo de se doar


Realidade refletida nas rugas, nos fios esbranquiçados
Nada registrado, carimbado, assinado
Tudo jogado, lançado, esparramado - ninguém pode juntar

Se esvaindo no ar .

Dissolvendo-me ®

Mal peço que se distancie já sinto saudade, apesar dessa " proximidade " nunca ter sido verdadeira ! ... .
Desfazer as malas, desfazer as caras, desfazer as gargalhadas que você
arrancou, desfazer você do meu coração está sendo muito difícil !!!

Misericórdia ao pranto ®

Será que esse mal, esse aperto
Que impiedosamente inibe qualquer sinal de vida que nesta alma,talvez, habite
Algum dia teria em sua estultícia
Um resquício qualquer de misericórdia
Que me valha um ínfimo momento de descanso desse pranto
Que se faz eterno ?